No caminho encontramos três tipos de albergues: os paroquiais, os municipais e os privados.
Os paroquiais em geral são gratuitos, podendo ser feita uma doação a critério do peregrino. Costumam ser albergues um pouco mais austeros, mas onde a vivência comunitária é estimulada pelos hospitaleiros que são voluntários. Em geral oferecem café da manhã e jantar.
Os municipais, em setembro de 2011, custavam em torno de 4 euros. Em geral não tem café da manhã, nem jantar, mas oferecem cozinha para quem quiser preparar seus próprios alimentos. Alguns possuem internet e boa estrutura, mas no geral são albergues mais simples.
Os privados, em setembro de 2011, custavam entre 6 e 12 euros, Costumam oferecer café da manhã, porém não incluso na diária. Alguns possuem internet gratuita. A maioria apresenta boa estrutura e quartos menores, o que facilita o sono dos mais sensíveis.
Vou comentar sobre os albergues que mais me marcaram para o bem ou para o mal! Fica o espaço aberto para todos que quiserem compartilhar suas experiências ou tirar alguma dúvida.
Albergue Orisson: é o único albergue nos Pirineus. Não fiquei neste albergue, pois ele é apenas 8 km saindo de Saint Jean Pied do Port, mas é uma boa alternativa para quem não quer fazer os Pirineus de uma vez só, já que é uma das etapas mais difíceis do caminho. É necessário fazer reserva antecipando o pagamento, uma vez que são poucas vagas e não há outra opção de hospedagem na região.
http://www.refuge-orisson.com/Em Saint Jean Piet du Port - Alberge du Pelerin: albergue privado, com quartos pequenos e excelentes banheiros divididos para homens e mulheres, menu peregrino por 11 euros e café da manhã por cerca de 4 euros. Nunca imaginei que um albergue pudesse ser tão cheiroso! Todo ele cheirava a lavanda. Eu que até então tinha uma péssima impressão de albergues nesse dia tive certeza de que isso definitivamente não seria um problema ao longo do caminho.
O albergue de Roncesvalles é um dos melhores do caminho, se não for o melhor....cabe uma infinidade de pessoas e é super organizado, além de estar todo novinho. Mesmo com toda a gente que fica por lá, não peguei nem fila no banheiro para tomar banho....as camas ficam separadas por baias e todas tem armário com chave, o que é uma raridade. Em Roncesvalles tem um albergue antigo também, que segundo relatos é bem ruim!
Abaixo segue a foto da pensão que fiquei em Larrasoanã. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento! Foi uma da spiores noites, as camas eram péssimas, os quartos amontoados, até aranha tinha. Foram as últimas duas camas da cidade, que é muito pequena. Quando cheguei os albergues já estavam lotados e não há muitas opções de hostais por perto. O albergue municipal em pareceu ser bem ruim também. Zubiri, que é a cidade anterior, apresenta melhores opções de estadia.
Zizur menor - o albergue da Ordem da Cruz de Malta: foi um dos lugares que mais gostei de ficar. É um albergue paroquial, simples, mas muito arrumadinho. O albergue tem cozinha e oferece café da manhã e a comida para ser preparada para o jantar por quem quiser. Custa em torno de 4 euros. Fica ao lado da igreja de Zizur, onde o hospitaleiro, um coroa alemão muito gente boa, organizou uma cantoria herege com os peregrinos depois da missa. A cantoria acabou sendo esticada até 24h na porta do albergue ao som de um bom rock and roll. A igreja tem uma missa toda em latin bem bonita. A cidade é uma graça. Para quem quer sossego, acho que é uma opção melhor do que Pamplona. Tem outros albergues em Zizur, mas este é o primeiro, logo que se entra na cidade.
Puente de La Reina: Ficamos em um albergue Bike Line, logo que se chega na cidade. É o primeiro albergue em Puente. Albergue super luxo, com direito a chuveiro com hidromassagem e música !!!! O albergue te dá opção de ficar em quartos de apenas quatro camas ou quartos maiores, tendo uma pequena diferença de preço, além de oferecer quartos individuais, pois o albergue é acoplado em um hotel 3 estrelas. O albergue oferece cozinha, mas também é possível jnatar no restaurante do hotel. Foi o melhor jantar de todo o caminho! O restaurante funciona em esquema de buffet e não com menu. As garçonetes eram brasileiras e ainda nos deram uma garrafa a mais de vinho. A comida estava uma delícia! O café da manhã pode ser comprado a parte por 3 euros (um suco, café/chá e torradas).
Fica a dica: os albergues bike line costumam ser melhores, oferecendo mais conforto e estrutura. Para quem vai fazer o caminho de bicicleta é bom sair com uma lista de albergues bike line, pois nos municipais alguns hospitaleiros tem bastante má vontade com ciclistas, dando preferência aos peregrinos que estão a pé.
Quando estávamos a caminho de Estella, já mortos de sede e cansados, acabamos desviando um pouquinho do caminho em busca de água e sombra, os quais achamos no Albergue "La Casa Mágica" em Villatuerta. Me arrependi de não ter ficado nesse albergue. O albergue é lindo, tem um clima delicioso e a dona é uma brasileira encantadora e cheia de histórias para contar. Villatuerta é a última cidade antes de Estella, se não estou enganada.
http://www.alberguevillatuerta.com/
Grañón: o pueblo não tem praticamente nada, só o albergue paroquial e a igreja, além de meia dúzia de casas e um comércio mínimo. Apesar de ser um lugar bem simples, foi um dos albergues que mais gostei de ficar, em razão do clima comunitário. Não existem camas neste albergue. Dormimos em colchões no chão da capela. Não há internet. O jantar e o café da manhã são doados e feitos por quem está no albergue junto com os voluntários. Há varal e tanques para lavar as roupas. As refeições sãos feitas em conjunto. Existe um piano e algumas revistas no albergue. Nada de internet. A igreja tem uma torre com uma vista linda! Tem missa às 19h e uma partilha no coro da igreja às 21h para quem quiser participar.
